Sabe do que tenho saudades? De quando a palavra indie significava independente, e isso servia para caracterizar o modus operandi de músicos e produtores, de bandas e selos que funcionavam por fora do grande mercado fonográfico, do mainstream. Hoje, a palavra virou uma panacéia, um guarda-chuva que engloba qualquer coisa que use uma franja, que goste de coisas fofas, de desenhos a lápis e tons pastéis ou meninos e meninas introspectivos de calças apertadas. Se em 1992 o Pavement lançava Slanted and Enchanted e era isso que chamavam de indie naquela época, hoje indie está mais para uma "tribo urbana", um mero visual adolescente ou pós adolescente, que em nada lembra o sentido original. Os indies de 2010 devem ter dificuldade de aceitar uma banda como Pavement, sem nenhuma afetação estilística, sem nenhuma franja e com roupas comuns, ser chamada de indie. Mas as palavras só revelam a história de seu tempo e se indie hoje significa franjas e poses afetadas, qualitativamente perdemos muito de seu conteúdo original. O indie morreu, viva o indie!
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