sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Os Incríveis - Neste Mundo Louco (Continental, 1967)




Algumas pessoas tendem a torcer o nariz quando o assunto é Jovem Guarda e acabam menosprezando o estilo, resumindo ele aos hits que ouviram por acaso na tv ou coisa parecida. A verdade é que a jovem guarda é a expressão autêntica de nosso rock sixtie, com tudo de bom ou brega que essa década teve. Nela, como em qualquer outro estilo, há espaço para coisas boas, ruins e fenomenais. Todo mundo "conhece" Roberto, Erasmo e Wanderléa, as pontas de lança do movimento, porém muitos outros fizeram parte dela. Gosto de brincar e chamar os grupos mais obscuros e de tendência mais garageira (Os Baobás, The Brazilian Bitles) de "Jovem Guarda linha-dura", em contraponto as melodias mais açucaradas do estilo. E esse disco postado aqui dos Incríveis de certa forma reúne esses elementos.

Os Incíveis nasceram no ano de 1962 em São Paulo com o nome de The Clevers e já começaram a gravar em 1963 em plena moda do Twist. Dois anos depois, por motivos legais, mudam o nome para Os Incríveis, iniciando a fase de maior sucesso do grupo que se estende do final dos anos 60 até o início da década seguinte, contando com sucessos como Era um Garoto que como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones e Eu Te Amo, Meu Brasil, composição de Dom e Ravel identificada com o regime militar e que acabou por trazer desprestígio para o grupo. Em seguida o grupo se separou e alguns de seus integrantes ainda gravaram nos anos 70 como Risonho, Mingo e Nenê, passando por grupos como Som Nosso de Cada Dia e Casa das Máquinas. Nas décadas seguintes o grupo se reúne em decorrência de comemorações e aniversários da Jovem Guarda.

Em 1967 eles gravaram Os Icríveis Neste Mundo Louco, nome também do filme que foi rodado com eles ma Europa. Aqui há desde músicas mais animadinhas como Feliz Foi Adão, passando pelo pop italiano romântico de La Fisarmonica, pelas canções carregadas de distorção fuzz e cheiro de garagem como Hold Tight e Giulieta e a pertubadora Don Pepe Legal, de autoria do guitarrista e vocalista Mingo, que passeia pelo jazz, rock instrumental e guitarra fuzz garageira. Neste disco a fromação era Netinho (bateria), Mingo (guitarra base e vocal), Risonho (guitarra solo), Nene (baixo), que foi integrante do The Rebels e Manito (sax), que posteriormente chegou a gravar com os Mutantes.

Se você ainda tem preconceito com a Jovem Guarda, me desculpe a indelicadeza, mas o problema é todo seu, pois estará perdendo oportunidade única de saborear um rock tipicamente brasileiro, sem ser regionalista, que nada tem haver com aquele excremento pop feito aqui nos 80. E se você é um aficionado em sons de garagem, não deixe de dá uma olhadinha no próprio quintal, antes de procurar coisas no do seu vizinho anglo-saxão.

Teen Trash


1 The girl like you
(D.R.)

2 Renascerá
(Los Brincos - Mingo)

3 Hi-Lili Hi-lo
(Deustche - Kaper)

4 Hold tight
(Blaikley)

5 La fisarmonica
(Enriquez - Zambrini - Migliacci)

6 My mummy put sugar on me (Mamãe passou açúcar em mim)
(Carlos Imperial - Mingo)

7 Piangi com me
(Mogol - Schapiro)

8 Giulieta
(Los Brincos)

9 Feliz foi Adão
(Carlos Imperial - Eduardo Araújo)

10 Don Pepe Legal
(Mingo)

11 Que será será (Whatever will be, will be)
(Livingston - Evans)

12 Um sorriso champagne
(D.R.)


DOWNLOAD!



Trecho do filme Os Incríveis Neste Mundo Louco


Os Incríveis num visual meio Billy Childish

2 comentários:

Mr. Trashe disse...

Thanks for this one!!!! relly great!!!

Mr. Trashe disse...
Este comentário foi removido pelo autor.